O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri da comarca de Palhoça condenou nesta quinta-feira, 21 de agosto, um professor à pena de 18 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. O réu foi sentenciado pelo crime de tentativa de feminicídio qualificada contra a ex-esposa, praticado após ela manifestar interesse em terminar a relação. Em razão dos ferimentos provocados pelas facadas, a mulher ficou paraplégica. O juízo negou ao professor o direito de recorrer em liberdade.

A denúncia aponta que no dia 5 de setembro de 2024, em um apartamento na rua Salvador João de Quadros, bairro Barra do Aririú, perto das 7h, o acusado desferiu vários golpes de faca nas regiões do tórax e da coluna cervical da vítima. O crime foi praticado na frente da filha do casal, então com três anos de idade. O condenado já estava preso preventivamente desde a data do crime.

“A culpabilidade desborda o usual, tendo em vista que, além de ser professor e pessoa com ensino superior completo, demonstrou grande desvalor à vida da ofendida, sobretudo porque decidiu trocar de roupa e se limpar enquanto a ofendida agonizava no cômodo ao lado. No mesmo sentido, ao invés de ajudá-la a estancar o sangue ou clamar por socorro, se voluntariou para encerrar o sofrimento da vítima, oferecendo-se, inclusive, para ceifar a vida da vítima em definitivo – situação que evidencia um grau de censura consideravelmente elevado”, anotou o magistrado na sentença (Autos n. 5018125-10.2024.8.24.0045).