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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, visitou nesta segunda-feira (2) o Quilombo dos Palmares, onde viveu Zumbi dos Palmares, na Serra da Barriga (AL).
Barroso foi recebido com uma apresentação cultural e visitou as instalações do Quilombo. Entre os locais estava uma sala que reunia o conselho deliberativo de Palmares. O ministro lembrou que o Quilombo, na cidade de União dos Palmares, remete aos princípios da inclusão de todas as pessoas e da dignidade.
“Este local reverencia uma memória de resistência e de luta pela liberdade, pela igualdade, pela dignidade de todas as pessoas que continuam a ser grandes bandeiras da nacionalidade. Que o país seja um país inclusivo para todas as pessoas. Um país extraordinário que nós temos, multirracial, multicultural, e que é lugar para todos serem felizes”, afirmou o ministro Barroso. “É um lugar simbolicamente muito importante para a história do Brasil”, completou.
Conforme o presidente do Supremo, o Poder Judiciário trabalha no enfrentamento ao racismo estrutural. “Temos um protocolo para julgamento em perspectiva racial, temos um programa de bolsas para candidatos negros à magistratura, o Tribunal Superior Eleitoral tem uma decisão importante de financiamento de candidaturas negras, nós, no Poder Judiciário, fazemos muita força para que o espaço público no Brasil se pareça com a demografia brasileira.”
Barroso lembrou que foram as mãos negras que construíram o Brasil. “Quem conhece a história sabe quem construiu o Brasil. Nosso país foi construído por mãos negras.”
“Como uma juíza que trabalha comigo negra gosta de lembrar: a vida é uma festa para qual todo mundo foi convidado e com direito a entrar pela porta da frente. Portanto, nós trabalhamos para isso, para que todas as pessoas possam participar da festa da vida entrando pela porta da frente”, completou Barroso.
O presidente do Supremo assinou, no Quilombo dos Palmares, a criação da Rede de Governança do Poder Judiciário para a Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, que visa incentivar a cooperação de instituição e órgãos para a tutela de direitos fundamentais entre os órgãos do Poder Judiciário e outras instituições. O presidente também assinou portaria que autoriza a reunião do Observatório de Direitos Humanos fora de Brasília.