

Publicado em: — www.gov.br
Após onze dias da Operação Fronteira, edição/2025, mais de 400 servidores da Receita Federal e centenas de agentes de órgãos federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal agiram em conjunto para coibir a entrada e comércio de produtos ilegais no País. Os resultados preliminares apontam que foram retirados de circulação cerca de R$ 160 milhões em mercadorias ilegais. Esse valor representa mais que o dobro registrado na operação do ano passado, quando foram apreendidos R$ 78 milhões em mercadorias.
A operação também resultou na apreensão de 3,5 toneladas de drogas, com um prejuízo estimado ao crime organizado de cerca de R$ 47 milhões. Foram presas até o momento 27 pessoas e 160 veículos utilizados para a prática do contrabando e do descaminho foram apreendidos.
Em entrevista coletiva sobre o encerramento da Operação, o secretário especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas, destacou a importância do trabalho conjunto com outros órgãos para o enfrentamento ao crime organizado. “Essa operação de sucesso só pôde ocorrer com o apoio fundamental das Forças Armadas, da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, além dos demais órgãos federais, estaduais e municipais. É com essa integração federativa que iremos vencer o crime organizado”, ressaltou. Além de cerca de 400 servidores da Receita Federal, centenas de outros agentes públicos participaram da Operação Fronteira RFB nas cinco regiões do País.
A importância da ação integrada entre os órgãos foi demonstrada na interdição de um prédio de 20 andares em Belo Horizonte que era utilizado para a distribuição de mercadorias contrabandeadas. A estimativa inicial é de que R$ 50 milhões em produtos estavam alojados em todos os andares do edifício. “Para chegarmos a esta ação, precisamos investigar toda a cadeia logística da organização: importação, transporte e distribuição. Isso só é possível com a cooperação entre as instituições. Quando as pessoas compram este produto contrabandeado, muitas vezes não tem noção de quanto estão prejudicando a economia, porque quem paga os tributos em dia sofre com a concorrência desleal dos criminosos. Mas o trabalho não para com a apreensão de mercadorias. Vamos analisar a documentação apreendida no prédio, e o valor pode triplicar com os lançamentos por sonegação de tributos. Além disso, vamos investigar para onde ia esse dinheiro e quem era o real beneficiado”, explicou a superintendente-adjunta da Receita Federal em Minas Gerais, Viviane Lopes.
O secretário especial Barreirinhas lembrou que o rastreamento do dinheiro é ainda mais importante do que a própria apreensão das mercadorias. “Estamos convencidos de que o caminho para combater o crime organizado é atacar o seu pilar financeiro, que muitas vezes se utiliza da lavagem de dinheiro e de outros subterfúgios para dar aparência legal às suas atividades. Por isso estamos trabalhando firme na regulamentação do uso de criptomoedas e na criação de uma delegacia para o combate a fraudes estruturadas, que já deram resultados como a Operação Carbono Oculto”, afirmou.
O coordenador-geral de Combate ao Contrabando e Descaminho da Receita Federal, Raphael Eugênio de Souza, salientou a importância do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), que conta com a participação de 18 órgãos e prevê ações conjuntas de integração federativa da União com os Estados e Municípios, situados na faixa de fronteira, e na costa marítima “Cada instituição tem sua competência específica e por vezes só enxerga parte do quebra-cabeça. Ao somarmos a inteligência de todos os órgãos conseguimos entender toda a dinâmica e assim podemos combater as organizações criminosas. Apesar da operação terminar hoje ela deixa um legado de trabalho integrado que vai alavancar o trabalho em prol da sociedade brasileira contra as organizações criminosas” declarou Souza.
O subsecretário de Administração Aduaneira da Receita Federal, Fabiano Coelho, ressaltou que o incremento nos resultados desta edição da Operação Fronteira RFB deveu-se também ao aumento da área fiscalizada. “Nas primeiras edições da operação, tínhamos o foco na fronteira terrestre. Nesta edição, ampliamos também para os portos, aeroportos e recintos alfandegados no interior do País. Também é importante comemorar que graças ao planejamento e trabalho de inteligência, conseguimos efetuar a prisão de quase três dezenas de pessoas e um recorde de apreensões de mercadorias sem que um único tiro fosse disparado”, informou.
O superintendente da 1ª Região Fiscal, que abrange o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Daniel Belmiro, reforçou a importância do planejamento. “O trabalho de coleta de dados começou em maio, com o mapeamento de rotas utilizadas pelo crime organizado através da utilização de drones e helicópteros, além da troca de informações com outros órgãos inclusive no exterior. Isto possibilitou, por exemplo, que interceptássemos durante a operação dois comboios com um total de 45 veículos que estavam trazendo duas toneladas de maconha do Paraguai para o território brasileiro”, comemorou.
Outras ações de relevância ocorridas durante a operação também foram destacadas pelo secretário especial Barreirinhas pela sua importância na proteção da sociedade. “Apreendemos cerca de 215 mil litros de bebidas falsificadas e mais de mil pistolas que estavam entrando ilegalmente no País. Neste momento em que se discute muito a segurança pública, é importante ressaltar que tão importante quanto retirar a arma da mão dos criminosos é impedir que estas armas cheguem até eles, e nesse ponto a atuação da Receita Federal é fundamental na proteção das fronteiras”, destacou o secretário.
Fonte:
  www.gov.br